Por James Ratiere
Ele desconhecia o mundo, e era de se pensar como fez isso depois de tanto tempo vivendo por aqui. Essa existência havia sido marcada por apenas aquelas velhas mamata que alguém cheio de privilégios nasce.
Filho de um político muito relevante, porém sem nenhum projeto aprovado em anos de mandato, colecionava mimos e vários “deixe o garoto, ele ainda é só um garoto”.
Ele desconhecia a pobreza, a não ser a de espírito que o rodeava, era incutido em si a felicidade do ter, então a cada presente a mais nos aniversários da infância ou viagens de intercâmbio, carros e outras coisas a mais depois de crescido. Ele desconhecia a necessidade, na verdade o prato ia quase cheio para o lixo depois de seus rompantes de “não gosto disso, odeio aquilo” sem ao menos provar do alimento em questão.
Uma vida rodeada de carros, luxos, roupa lavada, mandos e desmandos em empregadas “que não sabiam fazer nada direito” e outras coisas a mais para levá-lo a essa consequência: não era ninguém, nada, nem um ser humano decente, e escutar aquilo ainda que pudesse causar algum impacto, não conseguia atingir seu eu, a proteção bem cuidada por anos era impenetrável, estava certo e pronto, mesmo que isso causasse a morte de milhares de seres humanos.
Ele estava certo.


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Muita semelhança com casos aqui da nossa república das bananas.
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“livremente” inspirado kakakak
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