Por Miriam Costa
Este ano, nos confins do meu peito, esculpi com grades de metal um coração fugitivo do abandono e do despeito, rodeado por poços de infinitos prantos que velaram nossas mágoas em destroços…
A Primavera ficará nos olhos, bem ligeira, recolhida nas minhas fotografias de natureza, mãe-solteira sem eira nem beira igual a nós-mesmos.
Pintei uma rosa e pendurei na silenciada e distorcida inocência…
Pensei:
Fomos todos um sonho de blasfêmia em paroxismo!!!!
Somos todos:
Mil fantasias e poucas certezas, elas se evaporam como num incensório.
Os operários da arte em rítmicos soluços.
O ranger das chaves.
Diferentes classes cujos nomes se repetem nas identidades.
Nem daquilo e nem daquilo outro, somos para alguém um anjo carnal.
Anatomia do estado,
—————falsa aura de bondade,
—————pensamento sistemático,
—————Insepultos da esperança.
Somos:
Uma tarde colorida em cápsula, uma constante fábula.
Poros que filtram perfumes no ar convulso, nossas lembranças precisam de um re-ajuste!
Dentro do cérebro vai e vem essa realidade mais ou menos e o nosso autoretrato é a poesia, muitas vezes nosso bem mais secreto!
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