Meus olhos solitários e vazios.

Pisei fundo todo esse tempo!!!!
Sem perceber fui ficando para trás, em nenhum momento olhei pelo retrovisor.
E fui…estava fugindo e nem sabia .
Que essa estrada era minha…demolindo velhas paredes, saí pela porta da frente.
E nunca mais voltei .
Olhei uma última vez, para aqueles olhos solitários e vazios e decidi que atravessaria aquele corredor escuro.
Pisei fundo todo esse tempo, parei em placas confusas, outdoors que vendiam familias felizes …e nunca mais voltei.
E o relógio corria junto comido, motores famintos iludiam meu coração, arrancadas fugazes  e aquele letreiro piscava na janela .
Não dormia e bati de frente, com meu corpo caído, meus sentimentos desfalidos abertos no concreto escorriam .
O sinal estava fechado e pedaços se espalharam, posso escutar seus passos atravessando e não posso alcança-los.
Corri novamente e percebi que não saí do lugar, a rota era rôta, um caminho que não se podia costurar.
Atravessei a nado ao nada e me deixei estava um casco oco, não se faz embarcação com peso morto!!!!
Lá estava a terra de minhas ancestrais, esperam por mim segurei a trama e atravesso o labirinto, para não perder o caminho.
Meus olhos solitários e vazios me encontraram.
Com uma linha tenue de constelações brilharam!
Era clara pupila, estrela caida, num piscar escondia heranças …terras adormecidas tremiam , entre o espaço:
– O tempo …esse que me toma para encontrar a mim mesma…vestido de infinito.